Quando crianças, ninguém duvide, facilmente nos deixamos encantar.
A mais pequena magia ou ilusão tem a capacidade de fazer sonhar e levar, quem assim sonha, aos mundos mais incríveis.
A vida, porém, devagarinho, vai paulatinamente desconstruindo o que antes nos iludia.
A rotina vai-nos fechando, as cabeçadas (umas evitáveis, outras nem por isso) vão-nos criando uma certa carapaça, o receio ou a vergonha vâo-nos inibindo.
A capacidade de nos iludirmos vai diminuindo a cada dia e estacionando-se em níveis ínfimos.
Ontem, porém, dei-me conta do antídoto para tal enfermidade: o espectáculo do Cirque du Soleil, que tive o privilégio de assistir na ante-estreia.
Não encontro palavras para descrever o que vi, o que vivi, o que senti... no fundo, não encontro forma de vos explicar a menina em que, por hora e meia, me tornei.