O meu pai sempre teve uma sensibilidade para a música sui generis.
Incapaz de entoar duas notas seguidas (característica que, infelizmente, dele herdei, que se resolvo cantar no duche as paredes estremecem), sempre fez da música uma companhia.
Nunca fechado em termos de gostos - ensinou-me "Velvet Underground" e em troca comigo aprendeu a existência dos "Violent Femmes" - confidenciou-me, um belo dia (já não sei se num dos nossos passeios de braço dado de Celas até à Baixa de Coimbra, se num qualquer serão caseiro em que tive direito a colo do papá), que a forma como um dia sentiu uma presença maior, uma manifestação do divino, foi a assistir a um determinado Requiem muito bem tocado, se não estou em erro, pela Filarmónica de Viena.
Hoje, aqui, a ouvir a suite n.º 3 de Bach tocada pela Orquestra Filarmónica de Berlim, dirigida pelo Karajan, percebi-o.
1 comentário:
Viva Bzz, desejo que tenhas passado uma boa época de Páscoa.
Curioso, voltei ao teu blog porque procurei as palavras Yam chá e Dim Sum no Google e encontro Bach e Karajan.
À primeira, parecem temas incompatíveis. Serão?
Saudades da MJ
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