quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Viagens no ar

O espaço confinado, o raio de acção limitado, a convivência com o parceiro inevitável.
O avião é um dos sítios onde a raça humana se revela.
Aqui ao lado um senhor meticuloso. Traz uns chinelos de quarto que calça mal se senta. Sublinha um livro desde a descolagem.
Do outro lado, um rapaz que entrou de cadeira de rodas, devora filmes no seu portátil.
Atrás, um murmúrio de duas amigas que pôem conversa em dia.

Eu, farta de ler e já sem posição, resolvo levantar-me e esticar as pernas.
Limitada ao corredor, lá vou avião afora até que chego ao seu limite e regresso ao ponto de partida, observando em meu redor.
Este dorme, aquela procura adormecer, aqueloutro parece trabalhar.
Eis que me deparo com um senhor de auriculares nos ouvido a ler uma pauta de música.
Dei por mim a pensar se seria hobby ou profissão... é que o ar de prazer com que ususfruia a sua música fez-me perceber que, de todos os passageiros, aquele era, sem dúvida, o que mais gozava a viagem!

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