terça-feira, 25 de março de 2008

Myanmar...


... ou Birmânia.
A Páscoa deste ano tornou-se inesquecível, assim.
Não sei se o meu olhar o revela, mas gostava de ter a capacidade de transmitir um pouco do que é aquele país... é como se a dimensão fosse outra, como se o tempo tivesse parado e os defeitos da civilização do nosso século ficassem retidos na fronteira.
A paisagem soberba, o povo acolhedor, a comida divinal, a cultura preservada, respeitada, a religião a envolver-nos sem que demos quase conta.
A bruma a abraçar os templos e nós a sentirmos a nossa pequenez, finitude e, em simultâneo, tudo o que é eterno.
Não há palavras.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Manifestações do divino



O meu pai sempre teve uma sensibilidade para a música sui generis.

Incapaz de entoar duas notas seguidas (característica que, infelizmente, dele herdei, que se resolvo cantar no duche as paredes estremecem), sempre fez da música uma companhia.

Nunca fechado em termos de gostos - ensinou-me "Velvet Underground" e em troca comigo aprendeu a existência dos "Violent Femmes" - confidenciou-me, um belo dia (já não sei se num dos nossos passeios de braço dado de Celas até à Baixa de Coimbra, se num qualquer serão caseiro em que tive direito a colo do papá), que a forma como um dia sentiu uma presença maior, uma manifestação do divino, foi a assistir a um determinado Requiem muito bem tocado, se não estou em erro, pela Filarmónica de Viena.

Hoje, aqui, a ouvir a suite n.º 3 de Bach tocada pela Orquestra Filarmónica de Berlim, dirigida pelo Karajan, percebi-o.

domingo, 9 de março de 2008

The very best of


Domingo solarengo e, definitivamente, dia de indulge myself

Spa, cabeleireiro e serão ao som de cd novinho em folha, comprado ontem em Hong Kong - este mesmo que aqui vêem e que aconselho vivamente!

sábado, 8 de março de 2008

Dia da mulher


Muito bem passado em Stanley market num shopping de perder a cabeça e chorar por mais!
E, melhor ainda, em óptima companhia.

Este meu dia da mulher foi mesmo um dia "sim" :-)

quinta-feira, 6 de março de 2008

Relativizar distâncias


Macau tem destas coisas... assistimos à partida de grandes amigos com mais frequência do que seria comum, pois muitos de que por aqui vivem, estão apenas de passagem e, a certa altura, por circunstâncias várias, resolvem encerrar um capítulo, este capítulo, das suas vidas.

Um grande amigo meu, por aqui feito, anda em preparativos de regresso à pátria. Serei a fiel legatária das "sobras" de detergente, garrafões de água e afins, imaginem!

Vou sentir-lhe a falta. Dos nossos almoços tantas vezes partilhados, das conversas ao telefone, das cusquices, das gargalhadas, das confidências, da troca de opiniões.

Custa sempre ver um amigo partir para longe.
Macau, porém, ensinou-me logo desde o primeiro dia - as amizades verdadeiras não se perdem e não há distância que separe os amigos de coração.

Uma boa viagem, um bom regresso é o que lhe desejo e a garantia de que aqui estou, sempre que precisar. Ah! E um outro desejo, já agora - que o Sanz cante afinadinho e não desiluda ;-)

domingo, 2 de março de 2008

Memórias


Há décadas atrás, ainda menina, fui com o meu mano do meio ao cinema, à conta de uns bilhetes oferecidos ao progenitor. Os dois sozinhos, lá nos sentámos nos lugares que nos foram destinados e, em expectativa, assistimos ao "Império do Sol", que, na altura, era estreado em Coimbra, no velhinho teatro "Gil Vicente".

Hoje, de repente, revi a imagem que guardo do filme.

Pelas 6 da tarde, regressada a casa, fui à varanda e parei. Estarrecida.
Um sol vermelho, cor de fogo, exactamente como aquele que eu recordava, estava ali, perante mim, vagarosamente, sossegadamente, a poisar no horizonte.

Por momentos, senti-me completa.
É que, não tenhamos dúvidas, as memórias que guardamos fazem mesmo parte de nós.