quinta-feira, 26 de junho de 2008

Da (in)justiça deste mundo


Macau, neste momento, fervilha de dinheiro a circular, à conta dos inúmeros, grandiosos, imponentes e espectaculares casinos. Alguns mais sóbrios, outros nem por isso, uns agradáveis, outrso medonhos... Enfim, há para todos os gostos.

Hoje, fui por dever profissional obrigada a tomar contacto com a miséria que, infelizmente, também por cá, existe: seis mulheres, todas desempregadas, com 2/3 filhos, que sobreviviam (sabe-deus-como) com umas míseras 3000 patacas. Cometeram um acto, por dinheiro, que cá é considerado crime, punível com pena de prisão.

Amedrontadas, perante mim, pediam ajuda.

Adoro a advocacia de gabinete, lidar com papéis e contratos de milhões. Mas, quando a mesma envolve situações deste calibre, dou por mim a pensar se escolhi a profissão certa. É que a sensação de impotência consome-me. Atormenta-me.

Vou sonhar com todas elas, esta noite. Não duvido. E, até que a pena seja decretada (queira deus que não as mandem para a cadeia) não vou conseguir sossegar...



terça-feira, 24 de junho de 2008

Gourmet


Aprecio boa comida mas, tenho de confessar, que com os tachos mantenho uma relação avessa. Nunca me dediquei à causa, é verdade. Desenrasco-me com o básico - sei fazer arroz, grelhar um bife ou fazer um ovo estrelado. Tudo o que vá para além disso e do pacote instântaneo com instruções por trás, ultrapassa-me.
Assumido desinteresse.

Felizmente, na sorte, calhou-me uma super-filipina, com mão-de-ouro para a culinária. Uma autêntica gourmet!
Pois bem, resolvi começar a explorar-lhe os dotes e, a cada dia que passa, me surpreendo mais.
Comprei na semana passada um livro de receitas em inglês e decidi arriscar pedindo-lhe que me fizesse uma delas (frango com alcachofras e tomate cereja) - querem crer que até a fotografia era idêntica à do prato que me apresentou?! E o sabor...? Nem vos conto.
Um must!

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Sun Power


A febre do Euro, este ano, terminou mais cedo.

Todavia, não houve derrota que nos derrotasse por cá - é que o dia amanheceu cheio de sol (finalmente!) e não fossem as olheiras e o cansaço de quem assistiu ao jogo (transmitido às 2h45 da matina), o sol que nos brindou hoje só trouxe boa-disposição, cá por estas bandas.

O que, convenhamos, já não era sem tempo! ;-)

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Boas novas

Num dia de chuva (para não variar...) e depois de um regresso atribulado de Hong Kong, com o mar em pantanas, com o barco literalmente aos saltos, qual montanha russa, e comigo completamente virada do avesso de tanta náusea, eis-me de regresso a Macau.
Esperava-me uma boa nova: o V. resolvera mostrar-se ao mundo.

I. e Tioto, aqui fica um grande beijo de parabéns aos progenitores, um maior ainda nas bochechas reconchudas do rebento e o desejo que a descendência não se fique por aqui ;-)

terça-feira, 17 de junho de 2008

O barulho da chuva


Quando menina, lembro-me da minha mãe nos chamar para a sua cama para irmos ouvir o "barulho da chuva". Sabia bem aquele embalo nocturno. Mas tinha fim, felizmente.

Bem sei que a chuva é necessária, mas tenho uma queixa a fazer a S.Pedro, a qualquer deus maia, divindade inca, entidade suprema grega, romana ou oriental ou autoridade soberana desconhecida: Há zonas inóspitas que precisam. Nós por cá já estamos ensopados qb. Até ao tutano dos ossos. Já chega de tanta molha!!!

Sim, que isto de andar há um mês sem dar descanso ao guarda-chuva, seja dia, seja noite, torra a paciência de qualquer um! E não há "barulho da chuva" que nos valha...

segunda-feira, 9 de junho de 2008

A importância dos amigos...

... quando se está longe sente-se a dobrar. Vão por mim.
Hoje, dia 9 de Junho, é dia de aniversário de uma amiga que Macau me deu.
Alguém que me é muito, muito querida e que, além de ser uma pessoa fantástica, me ajudou e acudiu num momento muito difícil da minha vida.
P., minha querida, não tenho palavras para te dizer o quão grata te estou pela mão e ombro amigos que tão bem me soubeste dar.
Só te posso desejar tudo de bom e que saibas que comigo podes contar, sempre, sempre e para sempre.

sábado, 7 de junho de 2008

Nesta altura do campeonato...

... palavras, para quê?

Cresci numa casa onde a maioria masculina me ensinou a gostar de ver um bom jogo de futebol.
O gosto permaneceu, embora agora, tenho de confessar, diminuído pela preguiça - que ver os jogos em directo de madrugada exigem demasiado amor à camisola.

Seja como for, não há dúvida que, aqui, bem longe, em cada esquina se sente o apoio a Portugal. Ao regressar a casa, debaixo de uma chuva intensa que dura há dois dias e teima em não parar, reparei em vários restaurantes com a nossa bandeira e vi inúmeros chineses com tee-shirts (ensopadas) da selecção.

Que ela nos faça jus, que perder horas de sono para a apoiar é sacrifício q.b.!

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Há dias assim

Cinzentos, chuvosos, tristes até.
De regresso a casa eis que, por um acaso feliz, me deparo com o Diário de 2008 da Assírio & Alvim (presente de natal de alguém que, embora distante, me é tão próximo).
Resolvo ver o que nos reserva o dia de amanhã.

"A alma inteira nunca está concentrada, a não ser no êxtase"
Hugo von Hofmannsthal, Livro dos Amigos, traduzido por José A. Palma Caetano

Ao lê-la, a minha alma inteira concentrou-se naquelas palavras.
E, assim, o dia acabou por valer a pena.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Para uma mulher de coragem


Hoje, uma grande amiga faz mais um ano de vida.
Uma MULHER, assim, com maísculas, forte e corajosa, que é um exemplo para todas nós.

F., minha querida, aqui fica a minha homenagem e o desejo sincero que o teu próximo ano de vida só te traga sorrisos, alegrias e boa disposição, como mereces.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Jazz 3ª à noite


A minha vida em Macau tem-me permitido assistir ao vivo a espectáculos de excelência - desde Rodrigo Leão nas Ruinas de S. Paulo, a Rosa Passos no CCM, passando por Camané e Marisa Monte.

Pois hoje, foi dia de ser apresentada a Christopher Stephen Botti, cujo "nome de guerra" é Chris Botti. Nascido em 12 de Outubro de 1962, é um trompetista americano, também compositor.

Acompanhado de excelentes músicos, fez jazz acontecer diante dos meus olhos.

A sala cheia, os instrumentos a comunicar entre si, o ritmo de fundo a envolver, o som do trompete magnífico e, ele, um comunicador nato.
Duas horas muito bem passadas.

E, agora, um pequeno àparte para a comunidade feminina: além da música que é muito boa, só vos digo, o tipo não é nada, nada de se deitar fora ;-)