quarta-feira, 30 de maio de 2007

E, eis senão quando...


... descubro que uma "estopada jurídica" que escrevi em conjunto com uma grande amiga e que, na altura, teve honras de publicação, faz parte da bibliografia obrigatória de um Mestrado no Brasil. Finésimo, sei lá ;-)

Se desse ao menos para uma digressão ao país-irmão, isso é que era!

terça-feira, 29 de maio de 2007

Para o meu mais jovem fã


Há uns tempos atrás, em plena labuta diária, recebi a visita de um menino lindo de morrer, portador de uns olhos pestanudos que irão derreter qualquer donzela, filho de um colega, que, como bom reguila, tratou logo de pegar num caderno que por ali andava. A mãe, ciosa, tratou logo de ripostar com um "está quieto que isso que não é teu".

Fizemos o seguinte pacto: dou-te o caderno se, em troca, me deres uma página escrita por ti.

Assim foi.

Recebi, assim, derretida até mais não um "Gosto muito de ti" cheio de corações.

Declarei-o, logo ali, meu namorado.

Em visita posterior, mostrei-lhe o papelinho que guardara.

Reacção dele, em confidência, para a mãe: "Tenho de esclarecer esta história de sermos namorados, mãe. É que eu gosto é da B. lá da escola!"

Uma ternura, não é?

Em comentário ao post anterior, a mãe deste meu "mais jovem fã", que merece todas as dedicatórias do mundo, alertou-me para o desgosto que poderia provocar se uma, no mínimo, não lhe fosse aqui condignamente feita.

Pois, ela aqui fica.

Trocada ou não pela B. lá da escola, adoro-te na mesma!

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Dentistas.
Detesto, odeio e abomino.
Só o cheiro asséptico e o barulhinho das brocas me causa calafrios... O sacrifício de ter de me sentar naquelas cadeiras gigantes, de boca aberta e sujeitar-me aos mais variados instrumentos de tortura e, no final, ainda ter de pagar por isso, é algo que não desejo nem ao meu pior inimigo.

Hoje foi dia de visitar o dito, pois, para mal dos meus pecados (que devem ser muitos) acordei com uma dor num dente, nojenta, que só me dava vontade de dizer palavrões. BAH!

Mas, é bem feito. Quem me manda a mim desleixar a ida ao "compincha"?!
Estúpida! Mil vezes estúpida!
Grrr..... Que raiva!

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Weather report

O clima em Macau é um "osso duro de roer". Húmido até mais não. Quando frio, de bater o dente e quando quente de sufocar o mais comum dos mortais.

Hoje, o dia amanheceu cheio de sol, quente e, à tarde, de repente, cinzento, cinzento e... água!

Chuva, chuva e mais chuva. Fosse esta provocada por uma das nossas trovoadas que aliviam o calor e eu não me queixava. Mas não. É chuvada tropical, mesmo. Chove, molha e o calor mantém-se. BAH!!!

O que vale é que ser humano possui, de facto, uma capacidade de adaptação impressionante.
Quando cheguei ao território, julguei não ser capaz de sobreviver ao "bafo". Sobrevivi.
E, acreditam que, hoje, até me deu gozo chegar a casa ensopada?!

domingo, 13 de maio de 2007

Sabedoria popular


Um dos obstáculos com que me debato quando procuro conhecer um pouco mais a cultura chinesa é, definitivamente, a barreira linguística. Se no campo profissional uma tradução oral imediata lá me esclarece, em casa, no aconchego do lar, os canais televisivos chineses nem chegam a fazer parte do zapping, por muito interessantes que possam parecer.

Ontem, ao deambular pela Livraria Portuguesa, sítio onde gosto de ir por me dar um cheirinho (ainda que muito ténue) das "minhas" Fnac’s, desencantei um livro com provérbios chineses traduzidos em inglês.

Se há coisa que revela a cultura de um qualquer país ou região, vão por mim, são os provérbios. Que a sabedoria popular é riquíssima!

Da China, apenas me recordava daquele que nos dizia que uma longa jornada começa sempre com o primeiro passo. Desde que para aqui vim, porém, já tive a oportunidade de me cruzar com alguns provérbios chineses engraçados. Exemplo? O nosso "perguntar alhos e responder bogalhos" aqui corresponde à galinha a conversar com o pato ;-) um requinte, não acham?

Ao folhear o dito livro, que acabei por comprar pois a combinação de texto e ilustrações é lindíssima, encontrei um provérbio chinês que me afagou o ego feminino: “uma centena de homens pode constituir um acampamento, mas é sempre preciso uma mulher para criar um lar”.

Ora, logo agora que ando a ponderar seriamente a hipótese de deixar de ser arrendantária dependente de senhorios gananciosos e comprar uma casa aqui por estas bandas, nada como bendizer o facto de ser mulher e dedicar-me a criar o MEU lar, right? ;-)

terça-feira, 8 de maio de 2007

Pequenos/grandes prazeres


Tenho-me por uma pessoa organizada que arranja sempre tempo para as coisas que merecem o dispêndio. Embora ocupada, não tenho deixado de ler os meus livros, de ver os meus filmes, de mimar a Matilde e de tratar da minha casa.

Aqui os morangos é que têm sofrido um bocadinho, é verdade.

Tanta coisa tem acontecido nos últimos tempos que mereceria relato aqui no barraco.

Todavia, os mil e um afazeres diários aliados ao facto de o dia só ter 24 horas, algumas das quais tenho de passar a dormir (sob pena de uma neura que me torna irritadiça e insuportável para quem comigo convive), têm provocado sucessivos adiamentos à minha escrita.

Mea culpa.

E, ainda assim, com desculpa.
O acto de escrever merece respeito. Exige concentração, esforço e, por vezes, algum sofrimento. Ora, nem sempre as condições se reúnem para tanto. Recuso-me a escrever "por dá cá aquela palha". Não leiam esta minha afirmação como considerar a minha escrita diferente das demais. Não. De todo. Sei-a banal, assumidamente comum. Mas dá-me algum prazer e isso, para mim, basta-me. Há vezes, porém, em que esse prazer é suplantado pelo que retiro quando chego a casa e me dedico a um "dolce fare niente", que me sabe tãããão bem.

Mas, a vida é mesmo assim, não é?

Feita destes pequenos/grandes (enormes!) prazeres ;-)

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Escutar


Hoje numa mensagem de correio electrónico, fiquei a saber de uma experiência inédita promovida por um jornal americano de grande tiragem, que resolveu "contratar" Joshua Bell, um famoso violinista (e, por sinal, bem giro) para tocar incógnito e sem indumentária formal, durante 45 minutos, numa estação de metro em Washington, de manhã, em hora de ponta.

A reacção dos transeuntes foi nula.

Três dias antes, Bell havia tocado no Symphony Hall de Boston, mas ali, o desgraçado bem puxava pelas cordas ecoando Bach ou Schubert. A atenção despertada, porém, era pouca ou mesmo nenhuma.

Ironia do destino (ou não), a honrosa excepção à regra foram crianças, que, embora enfrentando a oposição dos respectivos progenitores, mostravam vontade de parar e ouvir. Escutar.

A mensagem terminava concluindo que "todos nascemos com poesia e esta é depois, lentamente, sufocada dentro de todos nós."
Talvez assim seja, mesmo.

Tratemos pois de retirar os grilhões a estes "understatements" de afectos e sentires, que o dia-a-dia nos vai criando ou exigindo.
Só temos a perder com isso.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Encruzilhadas


Na vida, não acredito em destinos pré-traçados, do estilo, "fado" ou "cruz" que, quer queiramos quer não, temos de suportar.
Creio que cada um tem de ir caminhando, fazendo as suas escolhas, as suas opções, à medida que o caminho da vida nos vai surgindo pela frente com todas as suas encruzilhadas.

Esse caminho é que, quanto a mim, nos está reservado. No sentido de que o mesmo não é igual para todos. Mas, no final, tudo depende de cada um. Da forma como o caminhamos, o saboreamos, aprendendo com os erros e gozando-o o mais possível.
Há quem tenha pressa de chegar ao destino.
Erro crasso.
O segredo está na forma como damos cada passo e, assim, irmos usufruindo a paisagem que nos rodeia. Única e irrepetível.